Neste domingo (11), quando se comemora o Dia das Mães, a história de Katiane Brugge da Cruz, de 29 anos, moradora de Reserva do Iguaçu, na região de Guarapuava (PR), emociona e inspira — tanto quem já viveu a maternidade quanto quem apenas sonha com ela. Mãe de dois meninos, Arthur (6) e o bebê Augusto (5 meses), ela e a família têm enfrentado uma jornada intensa de amor, fé e resiliência. Há quatro meses, Katiane está longe de casa, vivendo com Augusto em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, para acompanhar a recuperação do Augusto, que nasceu com apenas 480 gramas e 29 centímetros.
A mãe conta que a gestação foi complicada e, com 25 semanas, teve pré-eclâmpsia, necessitando passar por uma cesárea de emergência, que tinha como intenção inicial salvar a vida da mãe. Porém, para surpresa dos médicos e da família, Augusto nasceu chorando, no dia 14 de novembro de 2024, e imediatamente foi intubado em um hospital da região onde a família vivia.
“Depois de alguns dias do nascimento dele, disseram que não tinha mais o que fazer e chamaram meu marido e eu para nos despedirmos dele. Nós fomos, nos despedimos e agradecemos pelo tempo que ele ficou conosco, porque ele é um milagre. Achei que eu não conseguiria nem ver ele, pegar nele, ouvir o chorinho dele. Então eu agradeci por ele ter vindo para mim e por eu ter sido a mãe dele por um mês”, conta a mãe. Naquele momento, Augusto parou de respirar e os batimentos cardíacos zeraram. “Eu só comecei a agradecer a Deus por tudo o que Ele tinha feito por nós. Foi quando o coração dele voltou a bater, a saturação dele voltou e surgiu a oportunidade de virmos para o Hospital Infantil Waldemar Monastier (HIWM)”, completa.
Augusto chegou ao HIWM no dia 26 de dezembro de 2024. Aos poucos, foi se desenvolvendo, crescendo e, atualmente, está com 3.360 kg e 51 centímetros, se mostrando bastante esperto e atento ao que acontece à sua volta. O bebê ficou quatro meses intubado, enfrentando diversos desafios ao longo desse período. O próximo desafio do pequeno Augusto é começar o estímulo com a mamadeira, o último tratamento que ele precisa fazer para ir para casa.
“Eu saí de casa para fazer uma consulta e nunca mais voltei”, conta Katiane, que está há quatro meses longe de casa. Para atravessar essa fase com o pequeno Augusto, ela conta com o apoio da família em especial do marido que vem ficar com o filho aos finais de semana.
Missão de coragem e entrega ao ser mãe
A primeira gravidez de Katiane não foi planejada, e o Arthur também nasceu prematuro, de 35 semanas, necessitando ficar na UTI por 16 dias. “Meu mundo quase acabou, porque eu fui para casa sem o meu filho, mas superamos. Na gestação do Augusto passamos por momentos muito mais delicados. Porém, eu acredito muito em Deus e sei que o Augusto veio para me ensinar a ser mais forte. Ele sofreu muito, mas se ele não desistiu, eu não posso desistir. Ele é a minha força. Eu não vivo mais sem os meus filhos, eles são o que eu tenho de mais precioso na minha vida. Nunca me senti sozinha aqui, porque Deus sempre colocou as pessoas no meu caminho para me ajudar”, enfatiza.
Um alívio em meio aos dias difíceis
Em meio à rotina intensa da UTI neonatal, Katiane conta como encontrou alívio e conforto nas visitas do projeto Medicando Alegria, que leva arte, música e leveza para dentro do Hospital Infantil. “Tem dias que a tensão é tão grande que meu corpo travava, eu não conseguia mexer os ombros. Às vezes, eu saía um pouco e via as apresentações do projeto acontecendo do lado de fora. Quando eu via as crianças sorrindo, os artistas interagindo com os pais, para mim era como se fosse mais um momento de força, um renovo para a alma, um alívio que nos permite ver que não é só tristeza e angústia.”
Ela destaca o carinho e a empatia dos artistas como uma das maiores forças que recebeu ao longo dessa jornada. “Todo mundo tem seus problemas, inclusive os artistas do projeto, mas tiraram aquele tempinho para tirar um sorriso nosso. Estão ali para nos ajudar. A gente, como mãe, percebe o carinho. Você ganha a mãe quando cuida do filho dela, e eu sou uma dessas”, finaliza.
O projeto é realizado via Lei de Incentivo à Cultura com patrocínio da Caterpillar, Cimento Itambé e ON Petro Combustíveis em uma realização Toto Artes, Ministério da Cultura, Governo Federal Brasil União e Reconstrução.
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Mãe vive milagre após parto de emergência e quatro meses de UTI ao lado do filho prematuro que nasceu com 480 gramas
