O mês de julho reú­ne algumas datas im­portantes e também pouco divulgadas, o Dia da Cari­dade, 19, comemorado na última quinta-feira, e o Dia do Amigo e da Amizade, que foi celebrado na última sexta-feira (20). Ser amigo para todas as horas é algo raro e difícil, e muito comumente pode remeter a um relacionamento de longos anos, mas já imaginou receber a ajuda de um grupo de amigos que você acabou de conhecer? Foi isso que aconteceu com uma fa­mília moradora da Vila São Luiz, conhecida como km 15.

Um casal de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Campo Largo ficou sabendo que uma família, composta por três filhos e a mãe, estava pas­sando por dificuldades e resol­veu ir visitá-los. “Inicialmente eles ficaram sabendo que a família estava precisando de ajuda finan­ceira, alimentos. Chegando no lo­cal eles viram a situação da casa que chovia dentro, o assoalho es­tava podre, com tábuas quebra­das, muitos buracos na parede, onde as crianças entravam e saí­am por um destes buracos”, conta Alexsander Ribeiro, um dos volun­tários envolvidos.

A realidade em que aque­la família estava inserida foi le­vada até o grupo de voluntários da Amor&Ação, um programa de­senvolvido pela Igreja. A ideia foi construir uma casa para aque­las pessoas de forma totalmen­te voluntária. “Em um primeiro momento, foi feita a doação de cestas básicas para suprir as ne­cessidades momentâneas deles. Após a ideia ser aceita por todo o grupo, começamos a reunir di­nheiro e mão de obra para depois comunicar a família se eles acei­tariam que nós construíssemos uma nova casa”, relembra o vo­luntário.

Ele conta que no início, a chefe da família não acreditou muito no que estava sendo pro­posto pela equipe, até porque ou­tra instituição já tinha feito essa mesma proposta, mas em troca, ela teria que se tornar membro da Igreja.

O trabalho de angariação de fundos foi desempenhado por quase todas as unidades da Igre­ja Adventista de Campo Largo e a construção pode começar. “Ini­ciamos a obra em janeiro de 2017. “Paramos por alguns meses por falta de dinheiro, tínhamos a mão de obra, mas não tínhamos di­nheiro. Então criamos um gru­po no Whatsapp para convidar pessoas interessadas em ajudar. Conseguimos doações através de amigos e das Igrejas Central, Ita­qui e Rincão, fomos até estas igre­jas e explicamos o projeto e todos receberam bem e quem tinha con­dições ajudou. Com os recursos reunidos, retomamos a obra em agosto de 2017, e concluímos no final de dezembro”, conta.

Cada um ajuda como pode

Em todo o processo, ape­nas uma pessoa tinha conheci­mentos em construção civil. Até mesmo crianças quiseram ajudar na construção e faziam o que po­diam. “Realmente cada um aju­dou como podia, uma destas pessoas voluntárias até conse­guiu um emprego para a dona da casa. No final, nós construímos uma casa de madeira com três quartos, sala e cozinha. O ba­nheiro ela continuou usando o da casa antiga, mas o da casa que construímos está quase pronto. Doamos também alguns móveis, não foi muita coisa, mas ela não tinha móveis, então ajudou um pouco”, diz.

“A sensação de participar de um trabalho como esse é indescri­tível, porque quando aparece este tipo de situação é triste, sabemos que pessoas estão sofrendo, mas quando estamos fazendo o traba­lho, vemos a alegria e esperança no rosto delas e ainda estamos seguindo os conselhos de Jesus em amar ao próximo. Sabemos que uma obra normal em dois ou três meses estaria pronta. Mas nós com pouca prática e recursos conseguimos fazer o melhor que podíamos dentro das nossas limi­tações”, completa.

Outras ações

As participações em ações sociais são abertas para pesso­as que não pertencem à Igreja Adventista do Sétimo Dia. O gru­po realiza trabalhos com mora­dores de rua, oferecendo café da manhã e roupas, o Varal Solidário, que distribui roupas em bairros carentes; Mutirão de Alimentos, que arrecadam cestas básicas para famílias que estão precisan­do, entre outras atividades. “Esta­mos analisando a possibilidade de iniciar um novo projeto de constru­ção, para ajudar mais uma famí­lia, mas ainda não temos certeza, pois perdemos alguns voluntários, que tiveram que mudar de cida­de”, diz Alexsander.

Quem quiser realizar traba­lho voluntário com o grupo pode entrar em contato com o Alexsan­der, pelo telefone/Whatsapp (41) 99214-8726 ou ir até uma das Igrejas Adventistas do Sétimo Dia de Campo Largo.