Regiane Bilinovski Szenoski, nascida, criada e moradora da Colônia Figueiredo, em Campo Largo, está ficando famosa em todo o país, graças ao canal no Youtube “Vida na Colônia”. Criado em 30 de o
Regiane Bilinovski Szenoski, nascida, criada e moradora da Colônia Figueiredo, em Campo Largo, está ficando famosa em todo o país, graças ao canal no Youtube “Vida na Colônia”. Criado em 30 de outubro de 2017, o canal já possui 304 inscritos, 30 vídeos e mais de oito mil visualizações. Entre os conteúdos, desde o plantio da cebola, especialidade da família de origem polonesa, até receitas famosas da Regiane, como de calça virada Polonesa e bolo de cenoura. Todo esse sucesso rendeu uma matéria no programa semanal da RPC, Caminhos do Campo.
“Eu iniciei o canal para participar de um desafio, que tinha como objeto de inscrição um vídeo falando sobre a vida no campo, era lá do Rio Grande do Sul. Eu gravei o vídeo e postei, acabei vencendo o concurso e ganhei um ‘tratorzinho’. Desde então, eu comecei a gravar os vídeos e postar, contando sobre a agricultura familiar, sobre costura, vídeos em que eu estou dirigindo trator. O público gostou muito, chamou a atenção. Desde então tenho recebido muitas mensagens, todos estão me parabenizando e gostam da minha iniciativa. Nunca recebi um comentário negativo”, revela Regiane.
A agricultora conta que recebeu elogios até mesmo de grandes produtores de cebola, por causa do vídeo “Preparando terreno com rotativa para plantio de cebola”, no qual ela explica de forma simples e didática como funciona o preparo da terra e das mudas de cebola para a produção.
Regiane lembra que na região de Campo Largo não há grandes produtores rurais. Na maioria são famílias que se dedicam a essa atividade, plantando principalmente a cebola, milho e soja. Na família dela, trabalham na roça, além de Regiane, seu marido Pedro, seus filhos Amanda e Matheus e também o seu sogro. “Para nós é uma satisfação trabalhar na roça. Nós gostamos muito disso e também passamos energia positiva para a terra e para o que estamos plantando, que é o mais importante, pois isso faz com que a produção seja boa. Amar o que faz é essencial em qualquer profissão, principalmente na nossa que leva o alimento diretamente para a mesa das pessoas”, diz.
Essa energia boa é repassada também aos filhos. “Minha filha faz curso de massoterapeuta, mas ela gosta mesmo é de trabalhar na terra, com a plantação. Depois que ela terminar o curso, irá ajudar a população próxima de onde nós moramos, que acaba sentindo no corpo o trabalho árduo da lavoura”, conta.
Edição e postagem
Apesar da própria Regiane gravar os vídeos, não era ela quem editava. Ela contava com a ajuda dos filhos para esse trabalho. Agora, com o grande número de vídeos gravados, ela já está começando a editar, aprendendo com eles algumas coisas.
A postagem é via 4G, pois na Colônia Figueiredo não há internet banda larga. “Existe somente a opção via satélite, mas ela é muito cara e inviável para nós”, retrata.
Valorização do trabalho no campo
Regiane faz um apelo importante: que a população valorize mais o trabalhador rural. “A população precisa perceber que o lucro quase não fica com o produtor rural. Pense que um produto que está sendo vendido a um real o quilograma tem toda a produção de um ano inteiro embutido. Nós semeamos de março a abril, replantamos as mudas entre julho e agosto e vamos colher só entre novembro e dezembro. Durante esse período precisamos cuidar para que não tenha mato, que as pragas não ataquem, é como uma gestação. Nosso dinheiro precisa render até a próxima colheita, então é uma vida bem sacrificante, apesar de muito prazerosa”, explica.
Mulher do campo
A figura da mulher trabalhadora rural é bastante forte. Regiane, por exemplo, administra as contas no banco, dirige trator e caminhão e se orgulha do que faz. “Me sinto representante das mulheres trabalhadoras do campo, que atuam desde a plantação das sementes até a administração de toda a compra dos insumos. Não que os homens não saibam fazer, mas porque nós temos tanto potencial como eles. Isso é muito bom. Aprendi com a minha mãe, na verdade é algo que vem de gerações e que passamos com orgulho para as gerações futuras”, finaliza.