Com o 4º lugar a nível Brasil e único colégio do Paraná entre os dez melhores projetos, o Colégio Clotário Portugal foi elogiado na análise de projeto para ser enviado à Nasa.
Uma experiência de grande aprendizado, de valorização e de ver na prática que é possível ir além. O Colégio Clotário Portugal recebeu, nesta terça-feira (27), uma notícia que traz muita esperança e de certeza que estão no caminho certo. Conquistaram o quarto lugar a nível nacional na avaliação realizada pelo projeto Garatéa – Uma Missão Lunar, o qual seleciona os três melhores projetos para serem enviados à Nasa.
“Batemos na trave de ter um projeto nosso enviado à Nasa. De repente um projeto nosso ser testado na Estação Internacional. A gente achou um feito incrível, uma vez que elogiaram muito, ressaltando que ficaram discutindo muito se mandavam ou não pela qualidade de escrita do projeto”, declara a professora de Física, Eliana Lopes, orientadora da pesquisa. A equipe foi formada por Eliana, pelos alunos Luiz Gustavo de Oliveira Nascimento, Nathalia Marina de Lara, Ana Caroline Zeribeto, Diogo Felipe Merchiori, Thiago Augusto Nogueira de Andrade e teve colaboração da professora de Biologia, Beatriz Zanetti, e de Ciências, Joelma Custódio.
Para a instituição, professores e alunos, o resultado é um incentivo à pesquisa. Eliana comenta que é muito positivo aos alunos porque conseguem ver na prática o potencial que eles têm, que é possível ousarem e ir além, como também valoriza e fomenta o trabalho da escola. Declara que a escola pública passa por um momento muito difícil, de ser desvalorizada, professores que são vistos com maus olhos e como vilões na educação, e que trabalhos como esse motivam e mostram o que pode ser feito. “A escola pública, desde que com as pessoas certas, pode contribuir muito com a sociedade”, ressalta, enfatizando que os estudantes têm muita força de vontade e a escola pública se diferencia por dar liberdade aos alunos de pesquisar e propor projetos inovadores pautados na multidisciplinaridade.
Entre os projetos da Garatéa está fomentar a iniciação científica nas escolas. Nesse em que participaram, eram elaborados projetos que pudessem ser testados na estação espacial internacional, devido à condição de microgravidade. As escolas tinham que querer pesquisar algo na ausência de gravidade e cada instituição participou de nove semanas de preparo com materiais enviados por eles para chegar a um projeto de pesquisa. O projeto deles era entender a reação da apitoxina (veneneo da abelha) sem a presença de gravidade – imponderabilidade - e também como seria o inchaço causado. Iriam mandar amostra coletada das abelhas no próprio laboratório e um inseto que seria exposto à droga da abelha e depois mandado para a Estação e outra amostra ficaria para estabelecer uma comparação entre as duas. O inchaço na pele cresce até certo ponto devido à ação da gravidade e queriam analisar qual seria a reação.
O projeto também foi válido porque os estudantes passaram a entender o passo a passo de um método científico – problema, hipótese, método de pesquisa, avaliação de dados, direcionamento. Os três melhores projetos do Brasil serão enviados à Nasa, que escolherá um para ser enviado à Estação e para ser testado pelos astronautas.
O Colégio Clotário Portugal foi a única instituição do Paraná a ficar entre os dez melhores projetos. A iniciativa partiu de um aluno e aceita pela professora e escola. Inicialmente foram formadas cinco equipes, mas podia permanecer apenas uma. Essa foi a primeira participação e já consideram que no próximo ano estarão melhor preparados. Para Eliana, a Ciência precisa ser mais valorizada no país e o objetivo é fomentar isso.