Com a chegada do fim de ano, tornam-se mais frequentes as festas e o consumo de bebidas alcoólicas, mas, independente da quantia ingerida, deve-se ficar longe da direção
Fim de ano, festas até tarde da noite, confraternização e bebidas alcoólicas. Algo que não combina em nada com a direção. Por mais que os motoristas campo-larguenses sejam conscientes, é sempre importante reafirmar a atenção na direção, que acabam envolvendo também o sono e remédios pesados.
A Folha de Campo Largo conversou com o Capitão Alves, comandante da 3ª Cia. do 17º Batalhão da Polícia Militar do Paraná, que contou um pouco sobre o perfil do motorista de Campo Largo. “Nós temos algumas operações que fazemos eventualmente, sem datas definidas, as operações de Lei Seca, que conflita a flagrar condutores dirigindo sob influência de álcool ou quaisquer outras substâncias que possam trazer alterações no motorista. Quando não temos essas operações, todas as viaturas que circulam pelo município, sejam de policiamento regular, tático, supletivo, Rocam, Rotam, todo esse efetivo está habilitado a abordagem de trânsito e procedimento que envolve a embriaguez. Nossas estatísticas e boletins de ocorrência mostram que o condutor campo-larguense não costuma dirigir embriagado. Aqui, o condutor embriagado é alcoólatra, aqueles que são dependentes mesmo da bebida.”
Ele diz ainda que, no organismo, o álcool diminui a capacidade de concentração, o tônus muscular, retarda os sentidos, diminui a tenacidade e a capacidade de reação a um perigo iminente. O Capitão explica que a embriaguez ao volante está tipificada no artigo 306, do Código Brasileiro de Trânsito. Além disso, a multa é multiplicada por dez, chegando próximo de três mil reais.
“Nós oferecemos o bafômetro ao condutor, mas como ninguém é obrigado a fazer provas contra si mesmo, então o cidadão pode se negar a fazer o teste. Caso ele se negue, nós fazemos o laudo de constatação, em que verificamos se aquela pessoa está embriagada, podemos encaminhar ele até o Centro Médico Hospitalar, onde um profissional de saúde poderá fazer a avaliação e emite um laudo dizendo que ele apresentava sinais de embriaguez e por meio desse laudo nós podemos aplicar todas essas consequências que a lei manda como se ele tivesse feito o teste. Alguns sinais indicam que o motorista está sob influência de substâncias, como olhos vermelhos, falta de equilíbrio, agressividade, fala alterada, é fácil verificar”, explica.
O motorista é encaminhado até a Delegacia, junto com o resultado do bafômetro – com resultado de mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue – ou com o laudo de constatação, para ser autuado em flagrante de delito. Qualquer pessoa que perceba que há um motorista embriagado deve acionar o 190 e passar a região que presenciou a cena, bem como as características e placa do veículo para que a Polícia Militar possa localizar aquele motorista.
“Não há como a pessoa se autoavaliar, porque cada pessoa tem uma capacidade. Tem pessoas que tomam bebidas em grande quantidade e não demonstram sinais claros de embriaguez, enquanto outras tomam pouca coisa e já mostram sintomas bem claros de que está sob influência do álcool. O ideal é, caso consuma qualquer quantidade de bebida alcoólica, não dirija, em hipótese alguma. Eleja um motorista da rodada ou chame táxi, Uber, vá de ônibus, mas não coloque a sua vida ou a vida de outras pessoas em perigo”, alerta.
Posição que salva
Após o acidente que chocou os campo-larguenses, no último domingo (25) e terminou na morte de dois jovens, um dos sobreviventes contou à Folha de Campo Largo que se lembrou da posição que o comissário de voo Erwin Tumiri adotou durante a queda do avião há dois anos que vitimou 71 pessoas, entre eles vários jogadores, comissão técnica da Chapecoense e jornalistas que viajavam para cobertura da final da Sul-Americana em 2016. O jovem ficou na posição fetal e saiu com poucas escoriações.
Essa posição é muito adotada no meio da aviação e consiste em colocar a cabeça entre os joelhos e abraçar as pernas, porém, no meio automobilístico há outras formas de tornar o acidente com menos impacto.
A primeira recomendação dada pelo Capitão Alves é que o número de passageiros seja compatível ao número de cintos de segurança disponíveis. Mesmo crianças devem ser sempre transportadas nas cadeirinhas ou assentos de elevação compatíveis com o tamanho dela e nunca no colo. Deve-se evitar ainda que objetos fiquem soltos dentro do veículo, pois com o impacto da batida podem atingir os passageiros e causar ferimentos moderados a graves.
Por mais que seja um mecanismo automático de defesa, é importante que no momento da batida não seja colocadas as mãos sobre o painel do veículo. Abaixar a cabeça, cobrindo-a com os braços pode ser um movimento arriscado, pois o cinto de segurança pode ficar frouxo e não conseguir segurar o peso, além do mais, dessa forma em carros com sistema de air bag, a pessoa pode ficar gravemente ferida com o impacto.