A Patrulha Escolar trabalha com prevenção por meio de palestras, rondas em entradas e saídas de escolas e colégios
Os últimos acontecimentos envolvendo escolas, como o caso de Suzano, a agressão ao diretor de um colégio estadual no interior do Paraná e a divulgação de casos de alunos encontrados com armas e facas levantou a questão da segurança nas escolas. Entretanto, o maior fator de segurança ainda continua sendo a atuação dos pais na vida dos filhos e a garantia da educação de valores éticos.
A Folha conversou com o responsável pela Patrulha Escolar em Campo Largo, Sargento Quevedo, que contou que a grande maioria dos casos de indisciplina são ocasionados pela falta da participação ativa dos pais na vida dos seus filhos. “Nós somos chamados para atender situações dentro das escolas e colégios, mas ao conversar com os alunos e com os pais percebemos que não há um conhecimento sobre o que o filho faz, suas amizades, não há diálogo e com isso nasce a falta de respeito com o próximo. Segundo o artigo 144 da Constituição Federal, o Estado deve garantir a segurança pública, porém, todos têm direitos e responsabilidades para que a sociedade possa usufruir dessa segurança. Ou seja, os pais são responsáveis em formar bons cidadãos para o futuro.”
Dentro dos atendimentos mais realizados pela Patrulha Escolar na cidade estão as brigas; porte, comércio e uso de drogas dentro ou aos arredores das escolas e colégios; agressão física ou verbal, estupro e alteração causada pelo consumo de álcool ou entorpecentes, furto de celulares. Nesses casos, os estudantes são conduzidos à Delegacia, sempre respeitando a sua idade e como irá responder frente àquela atitude – menores são apreendidos e os pais são chamados, maiores de idade são presos e a Delegacia irá proceder conforme a lei.
Os pais também são responsabilizados em casos de recorrência. Após o registro de um número elevado de atas na escola por indisciplina, a Patrulha Escolar realiza o Boletim de Ocorrências por abandono intelectual, que é encaminhado para o Ministério Público dar prosseguimento com a denúncia. O artigo que trata do abandono intelectual é o 246, do Código Penal, que diz “Deixar, sem justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade escolar. Pena: 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa”.
“Cabe aos pais ou responsável verificar o que seus filhos levam para a escola, garantir que eles realmente estão frequentando as aulas, isso é, não apenas deixar na frente da escola, mas verificar se eles estão entrando no prédio da instituição. Saber quem são seus amigos e se possível suas famílias, verificar sim as suas redes sociais, conversar com a criança e adolescente sempre para criar um vínculo e principalmente ensinar os valores éticos, como respeito ao próximo, aos profissionais da escola, pois alunos que são desrespeitosos estão afastando professores e demais colaboradores das escolas por causa de doenças como depressão”, enfatiza.
Hoje a Patrulha Escolar realiza o trabalho de prevenção, conversando com alunos, pais e profissionais da Educação por meio de palestras, além de frequentar instituições diversas em horários de entrada e saída, abordagens de elementos suspeitos próximo às escolas e atendimento aos chamados e denúncias.
Denúncia 181
A Patrulha Escolar pede para que, caso tenha conhecimento de uma situação, como venda e uso de drogas, estupros, entre outros, entre em contato com o Disque 181, que realiza denúncias anônimas e pode salvar a vida de alguém. O serviço está à disposição 24 horas, todos os dias da semana, inclusive feriados.
O sargento Quevedo pede ainda que diretores e demais membros da equipe pedagógica das escolas e colégios não se envolvam ou tentem separar brigas que acontecem fora dos muros da instituição, ainda que isso aconteça no entorno. Chame sempre a Polícia Militar.
Facas na escola
O sargento Quevedo explica que o porte de armas brancas, como facas e canivetes, não é considerado crime. “Estar em poder de facas e canivetes não é considerado crime pela Constituição, por isso esse é um problema de indisciplina, resolvido na esfera pedagógica, pois trata-se de um material não pedagógico. A equipe recolhe e chama os pais para esclarecer a situação. Se houver a intenção ou ameaça de querer ferir alguém, deve-se chamar a Patrulha Escolar ou a Polícia Militar pelo 190.