Sexta-feira às 18 de Julho de 2025 às 03:40:19
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Indisciplina e drogas são as maiores causas de chamado à Patrulha Escolar

A Patrulha Escolar trabalha com prevenção por meio de palestras, rondas em entradas e saídas de escolas e colégios

Indisciplina e drogas são as maiores causas de chamado à Patrulha Escolar

Os últimos acontecimentos envolvendo escolas, como o caso de Suzano, a agressão ao diretor de um colégio estadual no interior do Paraná e a divulgação de casos de alunos encontrados com armas e facas levantou a questão da segurança nas escolas. En­tretanto, o maior fator de segurança ainda continua sendo a atuação dos pais na vida dos filhos e a garantia da educa­ção de valores éticos.

A Folha conversou com o responsável pela Patrulha Es­colar em Campo Largo, Sargento Quevedo, que contou que a grande maioria dos casos de indisciplina são ocasionados pela falta da participação ativa dos pais na vida dos seus fi­lhos. “Nós somos chamados para atender situações dentro das escolas e colégios, mas ao conversar com os alunos e com os pais percebemos que não há um conhecimento so­bre o que o filho faz, suas amizades, não há diálogo e com isso nasce a falta de respeito com o próximo. Segundo o ar­tigo 144 da Constituição Federal, o Estado deve garantir a segurança pública, porém, todos têm direitos e responsabi­lidades para que a sociedade possa usufruir dessa segu­rança. Ou seja, os pais são responsáveis em formar bons cidadãos para o futuro.”

Dentro dos atendimentos mais realizados pela Patru­lha Escolar na cidade estão as brigas; porte, comércio e uso de drogas dentro ou aos arredores das escolas e colé­gios; agressão física ou verbal, estupro e alteração causada pelo consumo de álcool ou entorpecentes, furto de celula­res. Nesses casos, os estudantes são conduzidos à Delega­cia, sempre respeitando a sua idade e como irá responder frente àquela atitude – menores são apreendidos e os pais são chamados, maiores de idade são presos e a Delegacia irá proceder conforme a lei.

Os pais também são responsabilizados em casos de re­corrência. Após o registro de um número elevado de atas na escola por indisciplina, a Patrulha Escolar realiza o Boletim de Ocorrências por abandono intelectual, que é encaminha­do para o Ministério Público dar prosseguimento com a de­núncia. O artigo que trata do abandono intelectual é o 246, do Código Penal, que diz “Deixar, sem justa causa, de pro­ver a instrução primária de filho em idade escolar. Pena: 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa”.

“Cabe aos pais ou responsável verificar o que seus fi­lhos levam para a escola, garantir que eles realmente estão frequentando as aulas, isso é, não apenas deixar na fren­te da escola, mas verificar se eles estão entrando no prédio da instituição. Saber quem são seus amigos e se possível suas famílias, verificar sim as suas redes sociais, conversar com a criança e adolescente sempre para criar um víncu­lo e principalmente ensinar os valores éticos, como respei­to ao próximo, aos profissionais da escola, pois alunos que são desrespeitosos estão afastando professores e demais colaboradores das escolas por causa de doenças como de­pressão”, enfatiza.

Hoje a Patrulha Escolar realiza o trabalho de preven­ção, conversando com alunos, pais e profissionais da Edu­cação por meio de palestras, além de frequentar instituições diversas em horários de entrada e saída, abordagens de elementos suspeitos próximo às escolas e atendimento aos chamados e denúncias.

Denúncia 181

A Patrulha Escolar pede para que, caso tenha conheci­mento de uma situação, como venda e uso de drogas, estu­pros, entre outros, entre em contato com o Disque 181, que realiza denúncias anônimas e pode salvar a vida de alguém. O serviço está à disposição 24 horas, todos os dias da se­mana, inclusive feriados.

O sargento Quevedo pede ainda que diretores e demais membros da equipe pedagógica das escolas e colégios não se envolvam ou tentem separar brigas que acontecem fora dos muros da instituição, ainda que isso aconteça no entor­no. Chame sempre a Polícia Militar.

Facas na escola

O sargento Quevedo explica que o porte de armas brancas, como facas e canivetes, não é considerado crime. “Estar em poder de facas e canivetes não é considerado cri­me pela Constituição, por isso esse é um problema de indis­ciplina, resolvido na esfera pedagógica, pois trata-se de um material não pedagógico. A equipe recolhe e chama os pais para esclarecer a situação. Se houver a intenção ou amea­ça de querer ferir alguém, deve-se chamar a Patrulha Esco­lar ou a Polícia Militar pelo 190.