Obra contempla até mesmo um parque linear sobre o rio, com pista de ciclismo
Eram comuns registros de alagamentos no Rio Cambuí, que traziam inúmeros transtornos a moradores e comerciantes que vivem à margem do rio. A obra de macrodrenagem era uma antiga reivindicação e foi iniciada na gestão de 1992 a 1996, teve pequeno avanço desde então e há anos estava parada, sempre por diferentes problemas – recurso, projeto, falta de certidões em dia. Moradores da região já não tinham mais esperança de que essa obra fosse acontecer, pois era chover mais forte que o nível do rio já subia, as ruas ao redor alagavam.
Desde o início do ano pessoas que moram na região da Vila Bancária estão tendo que conviver com uma nova realidade, de obras, de máquinas transitando e muito barro. Mas a situação é necessária para o andamento da obra. Com os anos de atraso, até mesmo o que tinha sido feito já estava comprometido e parte precisou ser refeito. Campo Largo não tinha capacidade para contratar devido às certidões que não estavam em dia e por isso por tantos anos foi uma obra parada. Empresários reclamavam constantemente dos alagamentos e de nada ser feito para melhorar, enquanto isso iam somando prejuízos, mas já voltam a ficar mais otimistas com o andamento das obras.
A Folha buscou mais detalhes da obra com o prefeito Marcelo Puppi, que explicou que a primeira parte da obra foi recuperar as nascentes do Cambuí, na região atrás da Cervejaria Klein, no ano passado. “Somente este trabalho já ajudou e mesmo com seis meses de muita chuva o rio não alagou. O rio voltou a ser rio. Não tem mais esgoto, mau cheiro. Quando olha dentro do concreto vê a água limpa”, comenta.
O prefeito explica que atualmente está sendo realizada a troca de gabiões por estrutura de concreto na extensão que vai até o Parque Newton Puppi. Essas novas têm 2,5m x 2,5m, algumas até com larguras superiores a 4m. “A previsão de ser usada na plenitude a capacidade desta nova estrutura é uma vez a cada dez anos, mesmo assim sem transbordar”, enfatiza Marcelo.
“Sou de uma geração que tomou banho no Rio Cambuí. Vivi a história como um sonho do meu pai de querer devolver a vida do rio e tenho a alegria de ser o prefeito a concluir uma obra sonhada pela cidade inteira. Quando se devolve vida ao rio, devolve alma a cidade”, declara o prefeito, detalhando que ainda está apenas 5% da obra concluída. Todo o projeto contempla obras de canalização do Rio, construção de reservatório de amortecimento (barragem) próxima ao Parque Newton Puppi, travessias, pavimentação, paisagismo do entorno do rio com um parque linear que contempla pista de ciclismo, trecho entre a Av. Padre Natal Pigatto até a Rua Francisco Xavier Garret (Av. Manoel Ribas). Uma obra que vai valorizar muito a região, acabando com os problemas decorrentes de alagamentos e ainda trazendo uma nova vida aos munícipes, também com melhor iluminação.
A obra tem um investimento de mais de R$ 9 milhões nesta etapa. Marcelo explica que saiu uma portaria na qual dizia que as obras que não tivessem sido feitas até 2016 não teriam pagamento, mas está brigando com o Governo Federal para garantir os recursos. “A situação de Campo Largo hoje é tão confortável quanto às certidões, que estamos fazendo com recursos próprios para depois recuperar este dinheiro, para não parar a obra de jeito nenhum”, reforça. Ao final, pede para que a população também faça sua parte e se conscientizem em não jogar lixo no rio.
Ele ainda adiantou que já tem disponível R$ 3,5 milhões de recurso para revitalização do Parque Newton Puppi. O projeto está sendo elaborado, para novas estradas, cercas, amplo estacionamento, novos equipamentos, troca de grama no campo, nova pista de atletismo, entre outras melhorias de infraestrutura que em breve serão anunciadas.