Francielli e Rafael contam como a deficiência auditiva não foi um obstáculo para o nascimento do amor e formação de uma bela família
Independente de quem esteja no relacionamento, sempre haverá diferenças. Seja em uma opinião ou forma de refletir sobre um assunto, na personalidade e traços diferentes que torna a maneira como alguém se relaciona com o outro algo tão singular.
Na próxima quarta-feira (12) é comemorado o Dia dos Namorados, uma data que, embora tenha traços mais comerciais, é importante para a celebração do amor, seja ele qual for. Neste ano, apresentamos a história do namoro e casamento da campo-larguense Francielli Bernardes e seu esposo paulista Rafael Bernardes. A história deles leva ainda uma marca de singularidade, ele possui deficiência auditiva desde o nascimento, causada por uma rubéola quando ele ainda estava sendo gestado. Mas Francielli ressalta que a surdez nunca foi um empecilho e ele acumula habilidades, como motorista e excelência na sua profissão de martelinho de ouro há oito anos.
“Nós nos conhecemos em 2005, quando ele tinha acabado de chegar de São Paulo com a família e um primo dele nos apresentou. Eu nunca tinha tido contato com alguém com deficiência auditiva e não sabia como conversar com ele, mas queríamos nos conhecer e lembro que nossa primeira conversa foi por meio de bilhetinhos”, relembra Francielli.
Ela relata ainda que depois que eles começaram a namorar, matricularam-se em um curso de Libras, que é a Linguagem Brasileira de Sinais, considerada em Lei uma das línguas oficiais do Brasil. “Nós dois fizemos um curso juntos de Libras e esse foi o meu primeiro contato com esse idioma, foi então que a comunicação ficou muito mais fácil. Eu lembro do brilho nos olhos dele quando eu aprendi o alfabeto e a nossa comunicação foi melhorando a cada dia”, diz.
Francielli afirma que a deficiência auditiva não foi empecilho para que os dois pudessem se aproximar e se comunicar. Saber Libras permitiu com que Francielli incluísse ainda mais o Rafael nos programas em que participava, inclusive dentro da igreja em que frequentam. “Nós dois somos adventistas do sétimo dia, desde antes de nos conhecermos. Então sentimos que desde o primeiro encontro Deus havia traçado nossos caminhos. Estávamos juntos em todos os lugares e um dos lugares que mais gostávamos de estar era na igreja. Assim que comecei a aprender mais a linguagem de sinais eu interpretava tudo que estava sendo falado e ele começou aprender ainda mais sobre Deus”, revela.
Em 2006 eles se casaram e anos mais tarde tiveram seus filhos Arthur (07) e Theo (05) e, segundo ela, ele é um excelente pai, e os meninos se comunicam com ele perfeitamente por meio de Libras e leitura labial, ensinados pelo casal.
O nível do conhecimento e do amor um pelo outro chegou ao ponto deles conseguirem se entender também por meio dos olhares, o que um tinha para falar ao outro. “Assim como todo casal, passamos por dificuldades nesses anos de união. Mas um foi ajudando o outro, nós nos apoiamos e conseguimos estruturar nossa família. Temos dois filhos lindos e uma família abençoada por Deus. E nesse Dia dos Namorados, a mensagem que deixamos a todos é que apesar das diferenças o amor sempre prevalece quando colocamos Deus como nosso alicerce. Nossa família está longe de ser perfeita, Mas em nossa casa não falta amor e união. Deus cruzou nossos caminhos e queremos estar juntos até o fim”, finaliza.
