Sexta-feira às 18 de Julho de 2025 às 03:13:08
Geral

Campo Largo adotará classificação de risco na Upa; entenda

Desde o início do outono o município vive um aumento exponencial da demanda nos atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Campo Largo adotará classificação de risco na Upa; entenda

Desde o início do outono o município vive um aumento exponencial da demanda nos atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). E muitos pacientes que estão no aguardo não entendem como funcionam os critérios para atendimento, especialmente nos casos de urgência. Sendo assim, a Prefeitura de Campo Largo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, decidiu implementar na UPA, gradativamente, um protocolo criado pelo Ministério da Saúde e utilizado por todo o Sistema Único de Saúde (SUS) chamado Classificação de Risco. 

Essa ferramenta serve para os profissionais de saúde definirem prioridades de atendimento e organizarem as filas de espera por atendimento. Nada mais é do que um método de classificação de riscos amplamente utilizado no mundo (em mais de 25 países) e que determina quais são os atendimentos prioritários na unidade de emergência. “A importância da adoção deste protocolo está diretamente ligada à superlotação da unidade. Essa classificação possibilita identificar rapidamente quais são os pacientes estáveis e quais são aqueles com riscos mais elevados, pois esses casos precisam ser priorizados. Essa organização efetiva dos pacientes deve ajudar muito no atendimento dos campo-larguenses”, explica a secretária municipal de saúde, Danielle Fedalto.

Além dos médicos, conforme o protocolo do Ministério da Saúde e a resolução do COFEN nº 423/2012A, estão aptos para a identificação dos sintomas e realização de um exame físico simples apenas enfermeiros formados, com boa capacidade de comunicação e conhecimento clínico - isso é válido aqui no Brasil. Ou seja, eles também podem realizar a triagem dos pacientes e classificação conforme o protocolo, e dividem os pacientes com pulseiras por cores, após uma avaliação que inclui verificação de seus sinais, sintomas e nível da dor. Cada cor representa o quadro e a prioridade de atendimento de cada paciente.

Entenda como é o fluxo:

  1. Recepção: por ordem de chegada, é preciso retirar senha no totem para atendimento nas mesas. Dali é feito o encaminhamento para triagem ou emergência. Casos mais graves passam na frente e são atendidos primeiro;

  2. Triagem: consulta com enfermeiro para averiguação dos sintomas, avaliação do quadro clínico do paciente e definição das prioridades de atendimento conforme a classificação de risco. Aqui o objetivo é identificar o risco do quadro em questão, colocando uma pulseira no indivíduo que indica a gravidade do seu caso e a priorização do seu atendimento.

  3. Atendimento Médico: o atendimento inclui consulta, medicação e internação de até 24 horas. Casos complexos são encaminhados para unidades especializadas.

Entenda as cores e os sintomas que cada uma representa:

  • Emergencial - cor VERMELHA - Os casos em que os indivíduos estão com risco de morte ou em condições de extrema gravidade. Nesse caso os pacientes apresentam crises de convulsão; paradas cardiorrespiratórias; hemorragias sem controle; dor no peito típica anginosa com instabilidade hemodinâmica; queimadura em mais de 25% do corpo; tentativa de suicídio, entre outras condições semelhantes. 

  • Muito urgente - cor LARANJA - A cor laranja também identifica os pacientes graves, mas em um nível um pouco menos elevado do que o anterior. Aqui entram pessoas com dores muito severas (cólicas nefréticas no pico de dor); cefaleia de rápida progressão (com sinais de alteração neurológica); arritmia sem sinais de instabilidade, entre outras situações de igual gravidade. 

  • Urgente - cor AMARELA - Casos urgentes, existem riscos para o paciente, não são imediatos. Sintomas: vômitos intensos; desmaios; crises de pânico; dores ou hemorragias moderadas; irregularidades nos sinais vitais; casos de crise hipertensiva e assim por diante.

  • Pouco urgente - cor VERDE - Casos menos graves com sintomas como febres; dores leves; viroses; tonturas; resfriados; náuseas; hemorragia sob controle, entre outras condições.

  • Não urgente - cor AZUL - Atendimentos simples com aplicação de medicamentos receitados pelo médico; troca de sonda; dores relacionadas a condições crônicas já diagnosticadas, entre outros.

A adoção dessa novidade, segundo a secretária municipal de saúde, já estava em estudo prévio na pasta e é uma política pública que exige a conscientização dos campo-larguenses. “A classificação é de conhecimento de nossa equipe médica que está pronta para sua aplicação, depois de ser capacitada e orientada pela enfermeira estatutária e diretora da UPA, Katia de Oliveira Affonso. Agora contamos com o apoio e a sensibilização da população de Campo Largo para a importância desta classificação, especialmente nestes primeiros meses de implementação, pois com ela pretendemos oferecer melhor eficiência no serviço da UPA. Este método continua nos permitindo salvar vidas nas emergências e, por consequência, também descongestiona o pronto atendimento, reduzindo o tempo para o atendimento médico”, reforça Danielle.