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Policial

Investigação

12-11-2010

Processo Administrativo e Inquérito Policial vão investigar o acidente

Investigação

12-11-2010

Dois procedimentos independentes foram iniciados para investigar o acidente que matou a estudante Giselle Stresser Machado, no elevador do Caic. Um pela Prefeitura Municipal, de caráter Administrativo e outro, o Inquérito Policial, pela Polícia Civil, os quais apurarão as responsabilidades pelo acidente. O procedimento da Prefeitura Municipal visa apurar as possíveis responsabilidades dos funcionários públicos. O inquérito policial, as responsabilidades civis e criminais, pelo acidente, e a consequente morte da menina. Sobre o caso, a Prefeitura Municipal emitiu, na tarde desta quinta-feira, uma Nota Oficial, lamentando o acontecimento e informando sobre as providências tomadas.

As primeiras hipóteses, extraoficiais sobre o acidente, colhidas no local, são exemplificadas pela visão do perito criminal Roman Abril, do Instituto de Criminalística. Ele acredita que com o elevador em movimento a menina foi atingida na cabeça por uma viga horizontal entre os dois pavimentos. Possivelmente ela tenha tentado olhar por cima da parede do "caixote" , quando foi "puxada" e teve o corpo esmagado pela base do aparelho.

Tão logo foram acionados, investigadores da Delegacia de Polícia de Campo Largo compareceram ao local para fazer os primeiros levantamentos. Um investigador fez várias anotações, tirou fotos e fez perguntas informais a funcionários e professores da escola. O Instituto de Criminalística está elaborando um laudo, que vai apurar se a manutenção do equipamento, que é de responsabilidade da Prefeitura Municipal, estava sendo efetuada, se havia ou não vistoria do Corpo de Bombeiros. Numa primeira análise, os peritos informaram que a logística de funcionamento do elevador não era adequada.

O perito criminal disse, no local, que à primeira vista o equipamento não reúne as condições de segurança necessárias para operar. Apesar de ser destinado a portadores de necessidades especiais, o aparelho também era usado por outros alunos. O acesso não era controlado por funcionários da escola e os próprios estudantes o manuseavam, sem a supervisão de um adulto.

O secretário Municipal de Segurança, Benedito Faccini disse, no local, que não havia condições de controlar o acesso de todos os alunos ao elevador. Ele adiantou que a Prefeitura Municipal também vai investigar o acidente por meio de um Processo Administrativo. A investigação será feita também pela escola, por uma comissão formada por professores e funcionários.

Faccini disse que a Prefeitura iria prestar apoio à família da menina, inclusive com psicólogos e assistentes sociais. "Nós vamos apurar os fatos e tomar as providências legais cabíveis", disse o advogado Adolfo Vaz de Silva, da Advocacia Geral do Município, que acompanhava o secretário.

O secretário Municipal da Educação, Norton Nori Pooter, que também esteve no local, em conversa com reporteres lembrou que na recente reforma realizada na escola, optou pela eliminação do elevador, por achá-lo perigoso.
Entretanto, segundo ele, as normas legais determinam que deve haver acessibilidade para portadores de necessidades especiais nos prédios públicos e, no CAIC, a única maneira de acesso para cadeirantes e pessoas com dificuldade era o elevador.

Comentários de pais e funcionários, no local do acidente, chamam a atenção para a necessidade da presença de um adulto, no elevador ou até que a porta fosse mantida fechada, com chave, e somente com a presença de um funcionário os alunos tivessem acesso para utilizá-lo.

O acidente gerou uma forte comoção entre familiares dos alunos que estudam na unidade. Muitos disseram que nem sabiam da existência do elevador e, agora, se dizem preocupados com a segurança dos filhos.

Aulas suspensas

Devido ao acidente, a Diretoria suspendeu as aulas nas duas escolas, que funcionam no mesmo prédio em regime de Dualidade Administrativa. A Mauro Portugal, de Primeira à Quarta Séries, tem 493 alunos e a Albina Muginoski, tem 662 alunos, de 5ª à 8ª e do Ensino Médio. O local ficou isolado à disposição dos peritos. As aulas serão retomadas somente na terça-feira (16).