12-11-2010

Antonio Carlos Pinheiro (55), funcionário público municipal de Campo Largo, é o pai do jovem Maycon Pinheiro Leal (27), vítima de homicídio em Setembro último. O rapaz foi assassinado com dois tiros, na Rua Ivo Cezar Scarpin, no Guabiroba. O corpo foi encontrado pela manhã. A Polícia ainda não tem pistas concretas sobre o possível autor, mas já há informações extraoficiais que apontam para um suspeito.

Desolado com a perda do filho, Antonio Carlos procurou a Redação da Folha para desabafar. "Como pai, apesar da dor que a morte do meu filho me causou, eu entendo muito bem o que aconteceu. Meu filho foi mais uma vítima dessa doença social desgraçada, que está dizimando uma geração inteira, a Droga", disse ele, adiantando que é preciso que a sociedade como um todo e as autoridades constituídas, tomem uma providência urgente, para que crimes como esse não voltem a acontecer.

Doença

O tráfico e uso de drogas, principalmente o Crack é, para Antonio Carlos, uma doença. "Estão doentes tanto os jovens que consomem, quanto os que traficam e vendem, que fornecem a droga para os dependentes. O usuário está preso pela dependência química e quem vende, pela ambição de ganhar dinheiro sem se importar com o mal que está causando a si próprio e à sociedade como um todo", disse ele.

"Meu filho começou a usar drogas aos 14 anos de idade, fiz de tudo para afastá-lo das drogas, até conseguimos algum progresso. Nos últimos quatro meses ele tinha feito um tratamento, numa clínica em Curitiba e tinha parado de consumir, estava fazendo um curso e se preparando para reiniciar a vida, limpo", disse Antonio, que não sabe exatamente por qual motivo alguém acabou assassinando o rapaz, se ele havia voltado a consumir drogas ou se devia para algum traficante.

"Nada mais importa, eu ainda tenho dois filhos vivos, e vou fazer o impossível para mantê-los longe das drogas, mas enquanto a sociedade não estiver curada dessa doença, todos os jovens, todas as famílias estarão ameaçadas",
explicou.