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Geral

Barbeiro

04/01/2013

Transmissor da Doença de Chagas é encontrado em Campo Largo

Barbeiro

04/01/2013

O Bicho Barbeiro, cientificamente conhecido como Triatoma infestans, principal agente vetor do protozoário Tripanossoma cruzi, transmissor da Doença de Chagas, foi encontrado em Campo Largo, no final do ano passado, numa região da periferia da Vila Bancária, em casebre localizados num fundo de vale. O animal capturado teria sido mandado para laboratório e o resultado do exame é positivo para infestação com o transmissor da doença.

O médico Edilson Stroparo, novo secretário municipal da Saúde, recebeu a informação já durante a posse e deu prioridade às investigações sobre o caso. Os barbeiros são hematófagos e têm hábitos noturnos. No Brasil, são conhecidas acima de 65 espécies transmissoras da Doença de Chagas. O inseto encontrado em Campo Largo teria vindo provavelmente junto com mudança de famílias da zona rural do Norte ou do Nordeste do país, segundo as hipóteses levantadas na Secretaria da Saúde.

Perigo

O Barbeiro tem o corpo preto, redondo e achatado, mas se incha quando se alimenta do sangue de animais e seres humanos. Costumam viver em habitações humanas, principalmente nas casas de pau a pique (feitas de barro e madeira) devido ao fato destas casas geralmente possuir frestas nas paredes onde o barbeiro pode se esconder. Em Campo Largo, o casebre onde os insetos foram encontrados, possuem as condições de sua proliferação. Há registro de um caso da doença, no Município. A vítima já foi medicada e recebeu soro específico, contra a doença.
Nota
Em nota a Secretaria Municipal da Saúde informa as providência tomadas e como deve agir a população, caso encontre os insetos:

- Em virtude de terem sido encontrados no município, na região da Vila Bancária, insetos conhecidos como “Barbeiro”, a Secretaria de Saúde / Vigilância em Saúde de Campo Largo informa que os mesmos foram encaminhados por este setor ao laboratório de referência do Estado para análise e as medidas necessárias realizadas no local, conforme preconiza a Nota Técnica do Ministério da Saúde.

Como proceder

Coletar o inseto vivo com luva, saco plástico e/ou pinça, evitando esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto. Acondicionar em frasco com orifícios pequenos na tampa.   

Identificar a amostra com os seguintes dados: endereço completo do morador, telefone, local e data da coleta.

Caso não seja possível entregar a amostra no mesmo dia da coleta, colocar papel sanfonado dentro do frasco e manter o frasco em local fresco e com pouco acesso à luz solar.  

Caso o Barbeiro esteja morto, deve ser encaminhado em frasco seco, sem álcool ou formol.
Entregar a amostra na Vigilância em Saúde, na Rua Padre Natal Pigatto, 925, bloco 5, das 8 às 11:30h ou das 13 às 17h. Telefone: 3291-5116.

A doença de Chagas é uma infecção parasitária causada pelo Trypanosoma cruzi, um parasito cujo ciclo de vida inclui a passagem obrigatória por vários hospedeiros mamíferos e transmissão pelo inseto vetor, o barbeiro, assim chamado devido ao fato de geralmente picarem a face.

Transmissão

Os barbeiros se infectam ao sugar o sangue de animais que tenham o parasito, tais como gambás, roedores, aves e até o próprio homem. Embora os barbeiros se alimentem desses animais, assim como de répteis e anfíbios, somente os mamíferos são infectados com o Trypanosoma cruzi.

O Barbeiro gosta de ambientes úmidos e durante o dia se escondem nas frestas, buracos, telhado, embaixo de colchões e em todo tipo de entulho que encontram. À noite, saem em busca de alimento. Em geral, os barbeiros fazem a sucção enquanto as pessoas estão dormindo. A picada é pouco dolorosa, mas por si só não transmite a doença, pois o parasito é eliminado nas excreções dos barbeiros. Depois de se alimentar, o barbeiro defeca. Em geral, ocorre uma leve ardência ou coceira no local afetado, assim, quando a pessoa se coça, acaba por introduzir o Trypanosoma cruzi contidos nas excreções do barbeiro no organismo, causando a infecção.

Sintomas

Nos primeiros dias após a picada, em geral de 4 a 10 dias, podendo variar até a algumas semanas, pode ocorrer sinais inespecíficos da doença, como febre, mal-estar, falta de apetite, vômitos, diarréia, dor de cabeça, dor no corpo, aumento de gânglios linfáticos, manchas vermelhas na pele, de localização variável, com ou sem coceira.  Os sinais mais característicos da fase aguda são o chagoma (inchaço na região da picada) e o sinal de Romaña (inchaço das pálpebras, que ficam quase totalmente fechadas). No entanto, a doença pode se manifestar somente muitos anos depois, na fase crônica, com comprometimento do coração e  diversas manifestações clínicas.

Prevenção

 Não há vacina para prevenir a doença. Como prevenção, deve-se colocar telas nas portas e janelas;  usar mosquiteiros para dormir;  evitar acúmulo de tijolos, madeiras e lenhas próximas a casa, e embaixo da mesma;  impedir que animais domésticos e silvestres vivam embaixo do assoalho e no forro da casa; vedar e proteger lixos domésticos, para não atrair mamíferos silvestres;  manter hábitos de higiene com a preparação e o consumo de alimentos e conhecer a procedência da carne consumida.

 Não consumir carne de caça, pois, além de proibida (conforme a lei nº 9605/98), a mesma pode estar contaminada pelo parasita.  Não criar animais de produção em área urbana. Conforme lei n°2413 de 15/10/12, fica proibida a criação de galinha, boi, carneiro, cavalo, entre outros em perímetro urbano no município.