07-07-2011
As mortes causadas pela dengue caíram 44% neste primeiro semestre de 2011 em todo o país.
07-07-2011 Fonte: R7 Notícias
As mortes causadas pela dengue caíram 44% neste primeiro semestre de 2011 em todo o país, em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Ministério da Saúde. De janeiro aos primeiros dias de julho, foram registradas 310 vítimas mortais do mosquito Aedes aegypti, contra 554 nos seis primeiros meses de 2010.O balanço mostra ainda que diminuiu na mesma proporção o número de casos graves: despencaram de 14.685 para 8.102.
O maior número de óbitos ainda se concentra no Sudeste, Nordeste e Norte. Os Estados com situação mais grave são Rio de Janeiro (85 mortes), Ceará (60), São Paulo (41), Amazonas (18) e Pará (14).
No entanto, o número de mortes no Estado do Rio registrado nesse balanço é menor do que o divulgado no último balanço da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro publicado no R7. O Estado já notificou ao menos 107 mortes por dengue só neste ano.
Segundo o Ministério da Saúde, os dados sobre o Rio são coletados pela própria secretaria de saúde estadual. A diferença, explicou Barbosa, se dá por causa de uma defasagem no momento de informar e fechar os dados. Algumas mortes demoram mais para ser informadas porque ainda estão em processo de investigação, disse o secretário.
Se em São Paulo o número de mortes caiu 70%, passando de 138 para 41, no Rio, a situação piorou: as mortes pela doença cresceram 157%, saltando de 33 para 85.
O Rio também é o Estado com mais casos graves: foram 3.282 neste ano, contra 862 no Espírito Santo, 582 no Ceará, 487 no Amazonas e 448 em São Paulo.
Segundo o Ministério da Saúde, circulam hoje no Brasil quatro subtipos do vírus da dengue: DENV 1, 2, 3 e 4, sendo o primeiro o mais comum. A pasta, porém, alerta para o crescimento dos tipos 2 e 4, com "possibilidade de persistência da transmissão em níveis elevados no verão de 2012".
O secretário da Saúde Jarbas Barbosa explicou que a alta em Estados como o Rio e Amazonas se dá pelo fenômeno da "recirculação", em que tipos diferentes do vírus ressurgem com mais força em determinadas regiões após uma baixa no ano anterior.
- Em 2010, o Rio de Janeiro teve uma circulação muito baixa. Teve muito poucos casos graves. Esse ano, o Rio de Janeiro foi tomado por essa onda de circulação do DENV 1 que ano passado havia cometido, de maneira mais intensa, Minas e São Paulo.
A redução nos casos graves e óbitos, no Brasil, segundo explicou o ministro Alexandre Padilha, se deu pelo reforço na preparação dos médicos e integração com a vigilância sanitária.
- A ideia de se combater dengue só matando o mosquito ou evitando os focos está ultrapassada. A estratégia é preparar serviços de atenção à saúde, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, que isso seja utilizado para mobilizar a população para os serviços de vigilância e controle.
Ainda segundo Padilha e Barbosa, o objetivo nesse segundo semestre é "não baixar a guarda", intensificando a preparação de médicos para lidar com casos graves, que apresentam hemorragias ou complicações de saúde, com tratamento em hospitais.
Entre as iniciativas para melhorar a situação, está um treinamento rápido para médicos, que dura 10 minutos, com instruções para reconhecer casos graves e iniciar o tratamento. Na vigilância, o ministério já trabalha também com monitoramento de redes sociais na internet para saber onde podem se concentrar novos focos.