20/11/2011
Entenda o que é cardiomiopatia hipertrófica.
20/11/2011 Fonte: Band.com.br
Maratonas, corridas de rua, olimpíadas e esportes esportivos estão em alta. No entanto, existem alguns cuidados que devem ser tomados para evitar que a pessoa tenha uma morte súbita, caso ela sofra de cardiomiopatia hipertrófica e não saiba. A doença afeta o miocárdio (músculo do coração), que faz o bombeamento de sangue para todo o corpo, e pode ser fatal.
A doença é hereditária e tem despertado a atenção do público que acompanha o drama do lutador Wallace, personagem do ator Dudu Azevedo, na novela “Fina Estampa”, da Rede Globo. O mal pode se desenvolver tardiamente – na fase adulta-, com a possibilidade de ser assintomática (quando os sintomas não são apresentados) ou sintomáticas (quando os sinais como a dor no peito, tontura, desmaio e até a morte súbita aparecem), explica o cardiologista Carlos César Augusto Nascimento, do Instituto Nacional de Cardiologia.
“O doente quando está em repouso não sente nada, porém quando se submete aos exercícios físicos, os sintomas aparecem. Logo, acontece uma desorganização dos músculos cardíacos que pode levar a uma contração prematura ou arritmia cardíaca”, explica o especialista.
Para Carlos, um dos maiores perigos é o desconhecimento da doença. “ Atletas se inscrevem em competições ou amadores fazem um esporte mais pesados, mas não sabem que têm a doença e durante a prática dos exercícios correm risco de morte.”
De acordo com o professor e cardiologista da Unidade Clínica de Miocardiopatias do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) Edmundo Arteaga-Fernández, a causa de morte súbita é mais frequente em indivíduos jovens e atletas. "A cardiomiopatia ocorre em um para cada 500 indivíduos na população geral (é a doença cardíaca de origem genética mais frequente) e pode ser observada já desde o nascimento até em indivíduos com mais de 70 anos."
Como diagnosticar
Segundo o cardiologista Carlos César, o primeiro passo é ter o conhecimento da cardiomepatia hipertrófica, já o segundo, a classificação da doença (para saber se é leve ou grave), e por fim, realizar os exames eletrocardiograma simples e com esforço e o ecocardiograma, responsáveis pelo diagnóstico da doença.
Inicialmente, se a pessoa apresentar algum sintoma, como arritmia, deve procurar um médico para fazer exames e diagnosticar. Pode não ser nada, mas também pode ser sinal da doença.
Tratamento
“O paciente deve tomar uma medicação adequada (como os betabloqueadores e antagonistas de cálcio e como o verapamil), e nos casos mais graves, tratar a doença através do cateterismo ou pela cirurgia de redução do músculo cardíaco”, destaca Nascimento.
Carlos conta que o exame especializado doppler tecidual é bastante importante para diagnosticar a doença, pois nesse caso é diferenciado o coração dos atletas, hipertensos ou cardiomiopáticos hipertróficos.
O cardiologista diz que o seu tratamento deve ser somado ao multidisciplinar de um psicólogo e nutricionista. “ Quando o paciente para de fazer exercícios, caso ele não cuide da alimentação, tem a possibilidade de ganhar peso, pois não vai queimar calorias”, aconselha.
O professor Arteaga-Fernández destaca outra opção: o tratamento cirúrgico em que se faz uma retirada de uma fatia de musculo da região em que existe essa obstrução. "Este tratamento tem uma mortalidade de 0% a 1% em centros com experiência", finaliza.