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Opinião

O problema é o mesmo, tanto lá quanto aqui

O problema é o mesmo, tanto lá quanto aqui

10/02/2012

Assistimos de longe o desenrolar da greve dos policiais militares, na Bahia. Eles reivindicam basicamente aumento de salários, ou equiparação com a Polícia Militar do Distrito Federal, com salários de mais de R$ 3.000,00. O problema enfrentado pelos baianos parece distante de nós, mas podemos trazê-lo para cá. Nossos policiais, tanto civis, quanto militares, ganham pouco, muito pouco, para arriscar suas vidas para defender a população, de bandidos cada vez mais bem armados, agora até com explosivos.
Pois bem, apesar dos salários dos policiais do Paraná não serem os menores da União (nesse caso os gaúchos são campeões) aqui a nossa segurança está nas mãos de homens que ganham menos do que os razoavelmente pagos, policiais militares do DF. Temos, portanto, que concordar, nesse aspecto, com os policiais da Bahia. Aqui também pode haver greve, se as coisas não melhorarem, segundo fontes de associações que reunem os PMs.
Há policiais que ganham tão pouco para sustentar suas famílias que são obrigados a, nas suas folgas, trabalharem como seguranças. É proibido, mas sabe-se que muitos fazem esses “bicos”, e neles muitas vezes garantem muito mais do que os seus salários como PMs. Aí, somados aos salários, esses ganhos chegam aos três, quatro mil, que seriam razoáveis para o sustento dos filhos. Mas esse baixo salário e esta quase que obrigação de complemento da renda acabam por criar um terreno fértil para outros problemas.
Policiais, de um modo geral, deveriam ter salários tão bons que servissem até como uma barreira, para que não cometessem irregularidades. Os governos deveriam exigir nível superior nos concursos públicos, e pagar salários condizentes com esse nível, para os policiais. Teríamos uma Polícia melhor formada, e mais consciente das suas obrigações e do dever de proteger os cidadãos. Menos policiais se sentiriam obrigados a procurar complementação salarial nos “bicos”, e teriamos mais pessoas, de formação superior, disputando os salários de policiais, nos concursos públicos.
Enquanto os governos não olharem para os policiais, com a atenção que eles merecem, continuaremos a ver, todos os anos, explodirem greves nos estados, como aconteceu com os bombeiros do Rio de Janeiro, no ano passado, como está acontecendo agora com os policiais militares da Bahia e como pode acontecer, amanhã no Paraná, não somente com os policiais militares, mas tamnbém com os civis. Não se pode exigir de pais de família que arrisquem suas vidas por mil e quinhentos, dois mil reais por mês, de salários, enfrentando bandidos armados e o grande poder econômico e de fogo, das quadrilhas organizadas.