09-02-2010 

 O que era esperado por muitos, inclusive leigos no assunto acabou acontecendo no Cadeião de Campo Largo. Nove presos fugiram do local no início da manhã de domingo (7). Um dos fugitivos, Marcelo Alexandre Pereira (18), o "Marcelinho", foi recapturado por policiais militares no Loteamento Francisco Gorski.
     Entre os foragidos está Jonathan Francisco (20), o "Cicatriz", que é considerado pela Polícia de alta periculosidade. Ele responde pelos crimes de homicídio, receptação, corrupção de menores e tráfico de drogas.      Além disto ele é suspeito de outros assassinatos ocorridos no ano passado na cidade. Os outros detentos que conseguiram fugir são:
     Wagner Martins dos Santos (18), que responde por homicídio; Ronaldo Luis Soares da Costa (31), (roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de arma e adulteração de sinalizador de veículo automotor); Osni de Jesus de Almeida (33), (roubo); Claudemir Moreira do Nascimento (20), (furto); Fabiano Rodrigo dos Santos, (18) (furto); Marcelo Gadonski (19) (homicídio) e Ronaldo Eloir Pereira (32) (tráfico de drogas).
     Fuga
     De acordo com o que foi apurado pelos investigadores, os presos conseguiram a liberdade após serrarem as grades de uma das celas da ala B.   Depois de chegarem no corredor, eles destruíram o sistema interno de Tv, abriram a porta que dá acesso ao solário.      Em seguida utilizando roupas de cama e de uso pessoal, os detentos fizeram uma corda conhecida como "Tereza" e chegaram a parte do superior do solário. Ali eles serraram novas barras de ferro e fugiram passando pelo telhado do imóvel e depois desceram no terreno de uma casa vizinha. Ali ficaram no chão um aparelho celular, que estava com um dos detentos, e manchas de sangue, o que indica que algum preso ficou ferido. Em seguida os fugitivos pularam vários muros de residências próximas à DP e fugiram tomando o rumo do Parque Cambuí.
     Superlotação
     A capacidade total da Delegacia de Campo Largo é para 30 pessoas, mas no momento da fuga haviam 92 presos, ou seja mais de três vezes que a sua capacidade. Existem 10 celas no local, cada uma com capacidade para quatro pessoas. No cubículo onde houve a fuga viviam 11 detentos.
     Na semana passada policiais informaram a Justiça e também a outros órgãos de segurança do Estado, qual era o quadro do cadeião e solicitavam que algo fosse feito. Uma das principais reclamações era a presença de detentos já condenados pela Justiça e outros que são de alta periculosidade.
     Outra questão que está sendo averiguada pela Polícia é de que forma o aparelho celular e as ferramentas utilizadas entraram no interior da cadeia.        O delegado Haroldo Luiz Vergueiro Davison, já abriu sindicância para apurar o caso.
     Rebelião
     No mês de maio do ano passado o local foi destruído pelos cerca de 100 presos, que estavam lá, durante rebelião. Após a remoção da maioria dos detentos para Curitiba, o Cadeião passou por uma parcial reforma e foi liberado para receber novos presos.