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Opinião

Devolvam a tranquilidade para Campo Largo

Quem conhecia Campo Largo como uma cidade pacata, tranquila e com baixa criminalidade, está reconsiderando a ideia inicial.

Devolvam a tranquilidade para Campo Largo

Quem conhecia Campo Largo como uma cidade pacata, tranquila e com baixa criminalidade, está reconsiderando a ideia inicial. Infelizmente, todos os dias acabamos precisando publicar matérias de cunho policial que envolvem violência e percebemos o quão frequente tem sido casos de mortes por homicídio na cidade.

É importante relembrar sobre 2021, para que possamos fazer um parâmetro, uma comparação. Conforme conteúdo divulgado em janeiro de 2022 pela Folha de Campo Largo, o ano passado foi o ano mais violento, considerando dados também de 2018, 2019 e 2020, com registro de 35 mortes violentas. A crescente é uma evidência, pois em 2020 já havia se considerado um ano violento com 32 mortes.

Mas, ao nos depararmos com 2022, a diferença é chocante. Somente neste ano, contabilizando até o mês de maio, o número é superior a 33 mortes, equivalendo praticamente um ano destes índices anteriores em seis meses. Não é possível apontar o principal motivo destas mortes acontecerem, visto que não temos acesso às investigações, mas o teor delas, a forma como tudo é feito, se mostra bastante violento e acaba tirando a paz e o sossego de moradores dos mais variados bairros.

Nesta semana, dois episódios que causaram medo foram vistos em bairros consideravelmente “seguros”, por grande parte da população campo-larguense. O primeiro envolveu a apreensão de uma ambulância com milhares de cigarros contrabandeados. A ação dispersou os bandidos, que fugiram pela região da Vila de Lourdes. Poucas horas depois, uma troca de tiros entre policiais e bandidos se iniciou no bairro Ouro Verde, que acabou na morte de um indivíduo.  

Não é possível encontrar um culpado para o que está acontecendo, pois trata-se de um problema estrutural da sociedade e que dificilmente irá acabar. Porém, ao invés de procurarmos por culpados, devemos cobrar de autoridades competentes o que está sendo feito para solucionar este problema.

Nesta semana, um trecho de uma entrevista dada pelos caçadores de tesouros João Salvário e Paulo Almeida ao humorista e apresentador Danilo Gentili, do SBT, circulou as redes sociais. No trecho, o entrevistado comenta que encontrou dois carros na represa em Campo Largo, com porta-malas trancado e sacos de lixo amarrados com pedras. Questionado se teria denunciado, ele falou que sim, mas que a polícia acaba tendo muitos casos para investigar, acabam não dando atenção e inclusive já sabem que existem essas situações. É neste momento que o apresentador fala que “se você é um traficante, um mafioso, quer matar alguém, na represa de Campo Largo a polícia não averigua”, em tom jocoso.

É extremamente triste ouvir, pois uma cidade que possui vários atributos positivos, está justamente sendo reconhecida pela violência praticada na região. Não seria pedir muito crescer em nível de desenvolvimento e oportunidades, mas com baixa violência, evidenciando programas de segurança que garantam à população o direito de sair de casa à noite de maneira tranquila, independente da região em que escolheu viver.