O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi comemorado na manhã de sábado (22/7), com caminhadas em cerca de 80 cidades do Paraná, com grande adesão da advocacia. Em Campo Largo, teve início uma concentração na Praça Getúlio Vargas, reunindo autoridades, mulheres e também muitos homens que saíram em apoio a essa mobilização que integra a Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio. O objetivo é promover ações de prevenção e conscientização sobre a violência contra a mulher.
Para a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damasceno, o ato precisa de apoio. “É muito importante a OAB se envolver com a sociedade civil no combate ao feminicídio e proteção da vida da mulher, porque isso é uma questão de sobrevivência. Esse ato mostra que a instituição tem comprometimento com essa pauta de proteção da mulher. É importante que esses atos sejam públicos para mostrar a dimensão que esse problema representa”, disse.
“Isso não é diferente com as advogadas, já tivemos casos no ano passado de advogadas que passaram, dentro do ambiente de trabalho, por processos de violência graves, tentativas de feminicídio. É por este motivo que o Conselho Federal da OAB veio até aqui dar todo apoio à OAB Paraná e se fazer representar nesse ato”, frisou Cristiane sobre a ação realizada em Curitiba.
A secretária estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, pontuou que o trabalho em prol da causa será permanente. “Precisamos cada vez mais reforçar que muitos dos comportamentos que foram naturalizados são violências que as mulheres sobrem diariamente. Muitas vivem num ambiente violento e enfrentam discriminação e preconceito. Isso precisa acabar, é preciso uma mudança cultural. É por isso que o Governo do Estado lançou esta campanha. Essa é uma campanha permanente, uma luta diária, para construirmos um estado em que as mulheres possam se sentir protegidas e respeitadas”, disse.
O secretário das Cidades e vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, frisou a importância da união da sociedade em torno da causa, lembrando que o dever de cuidar da vida das mulheres é de todos. “É preciso valorizar a união em torno dessa causa, que é de toda a sociedade”, disse.
Basta
O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi instituído pela Lei 19.873/2019, em memória da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava, vítima desse crime. Os dados apontam para a gravidade da situação no estado. Em 2022, foram registrados pelo Tribunal de Justiça do Paraná 44.493 casos de violência doméstica. Foram 274 casos de feminicídio ou tentativas de feminicídio. Mais de 30 mil mulheres receberam medidas protetivas de emergência aplicadas pelo TJ-PR no ano passado.