Terça-feira às 22 de Julho de 2025 às 02:35:40
Geral

Estrada da Colônia Rebouças

12-02-2010

Anúncio de pavimentação da Estrada da Colônia Rebouças anima a comunidade.

Estrada da Colônia Rebouças

 12-02-2010

 Poucos acreditam que a obra seja mesmo realizada, um sonho de mais de 50 anos, alvo de muitas promessas de políticos que deixaram desenganados os moradores da mais antiga colônia da Região Metropolitana de Curitiba, a Colônia Rebouças, em Campo Largo. A pavimentação dos pouco menos de dois quilômetros da estrada que liga a colônia à Estrada do Mato Grosso, prometida pelo vice-governador Orlando Pessuti, na última segunda-feira (08), é considerada uma obra de libertação para a população local.
     O péssimo estado de conservação da estrada, cheia de lama, buracos e atoleiros quando chove, e muito pó, nos períodos de estiagem, já resignou os moradores. "Estamos acostumados, agora. Está bom, porque a Prefeitura espalhou pedras nas áreas que estavam piores, e já dá para passar sem muito sacrifício", disse a moradora Maria Fedalto, que toma conta do único armazém da Colônia, fundado há mais de 50 anos pelo seu marido, Angelo Fedalto. "Antes nem ônibus vinha até aqui, agora tem uma linha boa, com frequência de hora em hora", disse ela.
     Dificuldades
    O trecho entre a Estrada do Mato Grosso e o centro da colônia, não é longo, menos de dois quilômetros, mas tem dois pontos de frequentes deslizamentos de terras, nos períodos de chuva, e um aclive/declive com muita lama, solo escorregadio e perigoso. Só dá para passar com muito cuidado e baixa velocidade. Mas o asfalto apenas até à Igreja, desaponta a maioria das 150 famílias da colônia, que esperam a pavimentação há pelo menos 50 anos.
     A Colônia tem muitas outras pequenas estradas, que interligam as propriedades, com ligação para a represa do Rio Verde e Araucária e para a BR-277, no entroncamento com a Estrada do Mato Grosso. O sonho dos moradores é a pavimentação de todo o roteiro, para que eles tenham acesso de ônibus não apenas à Ferraria, mas também à Campo Largo, com frequência de ônibus para os dois destinos.

 Produção
     Antes produtores de uva, vinho e batata, os descendentes de italianos da Colônia Rebouças continuam produzindo uva, vinho e batata, mas também milho, feijão hortaliças, pequenos animais e móveis. É tradição, em algumas famílias da colônia, a produção de móveis artesanais e móveis sob medida. São pelo menos quatro pequenas fábricas, que são muito procuradas por famílias tradicionais de Campo Largo e Curitiba, para a encomenda de móveis de madeira nobre, hoje também de chapas, sob medita para casas e apartamentos.
     A estrada principal tem tráfego mais intenso, inclusive com passagem de ônibus e caminhões. Nos pontos onde o solo é menos compacto, há afundamento e locais de atoleiro, sendo a obra de pavimentação muito esperada pelos moradores. Um motorista pouco acostumado a trafegar por estrada de chão, pode ter dificuldade para passar com veículo de pequeno ou médio porte, podendo derrapar e cair nas margens da estrada.

 Tradição
     Com uma história de mais de 130 anos, a colônia Rebouças é berço de muitas famílias tradicionais de Campo Largo, com destaque para os Marochi, os Fedalto, os Colatusso, os Rigoni, os Benato, os Zettera, os Gorski e tantos outros.      Fundada por colonizadores vieram de Gênova no fim de 1877, e se instalaram inicialmente em Morretes, no litoral do Paraná, e alguns meses depois várias das famílias partiram para Curitiba, chegando à Campo Largo, na localidade à qual deram o nome de Colônia Antônio Rebouças. O nome foi dado em homenagem aos irmãos engenheiros Antônio Pereira Rebouças Filho e André Rebouças, responsáveis pela construção da estrada de ferro que liga Paranaguá a Curitiba. Na época, a gleba de terras foi dividida em 34 lotes, que hoje são habitados por cerca de 150 famílias de colonos italianos, poloneses e brasileiros.
     A pavimentação da estrada da Colônia Rebouças poderá ser o marco de épocas, para o desenvolvimento da região.