Terça-feira às 13 de Maio de 2025 às 10:09:12
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Planejamento é primordial para a saúde financeira

Consultor financeiro explica como um bom planejamento pode contribuir para alcançar objetivos e fazer investimentos

Planejamento é primordial para a saúde financeira

A maioria dos brasileiros sonha em ter estabilidade financeira, conquistar casa própria e sair do aluguel, ter seu próprio carro e, quando têm filhos, guardar dinheiro para fazer uma faculdade, garantindo assim um futuro promissor. Entretanto, na maioria das vezes esses planos todos ficam somente no papel, já que o salário apertado não permite investimentos ou guardar uma quantia significativa.

De acordo com o consultor financeiro Antonio Carlos Gomes Junior, o planejamento financeiro nada mais é do que “saber onde quer chegar”. “Com um planejamento é possível você saber onde quer chegar, o que quer comprar, quais problemas quer evitar. Com a consciência de toda a renda que você tem, fica mais fácil traçar objetivos adequados à condição financeira”, diz.

Os primeiros passos para conseguir guardar dinheiro são as mudanças de atitudes e padrão de vida que quer levar. “Quando me pedem uma dica de como começar a guardar dinheiro digo que a primeira atitude que se deve ter ao iniciar uma economia é destinar parte do salário já no começo do mês, deixando-a fora do alcance, quase esquecendo que ela existe. Assim, a pessoa evitará de tirar de pouquinho em pouquinho para comprar alguma coisa, por exemplo. Deve fazer isso no início, porque ao final do mês a quantia de sobra é, na maioria das vezes, muito pequena, e as pessoas tendem a usar o salário até o último centavo.”

O padrão de vida também deve ser levado em conta quando o assunto é economia de dinheiro. “Deve-se avaliar sempre a necessidade de comprar coisas. Comprar uma roupa nova, um sapato novo sem necessidade é encarado como desperdício de dinheiro quando se quer guardar uma quantia. Vale avaliar ainda as amizades que estão sendo cultivadas. É importante se perguntar se ‘essa amizade realmente me traz um benefício ou será somente status?’. Sabemos que muitas vezes as pessoas contam com a vaidade de ostentar algo novo para seus amigos, isso não é saudável e pode evoluir até mesmo para a compulsividade”, alerta Antonio.

Contar com linha de crédito, como cartões de crédito também podem não ser uma boa  alternativa, uma vez que, segundo Antonio, a fatura irá chegar e gastar de forma desenfreada pode gerar problemas de ordem financeira. Entretanto, guardar dinheiro não significa somente sacrifícios. “Todos possuem a necessidade de se divertir, então é importante planejar uma vez ao mês comer fora, ou ir ao cinema, realizar passeios. Quando tudo é colocado na ponta do lápis fica mais fácil dimensionar os gastos totais e saber onde o dinheiro é aplicado”, orienta.

Hora de investir

Estabelecer metas em determinado período de tempo é uma das estratégias empregadas pelo consultor. Destinar uma porcentagem do dinheiro em determinado período de tempo faz com que os objetivos mostrem-se mais palpáveis e fáceis de alcançar.

Um exemplo dado pelo consultor sobre investimento é o financiamento imobiliário, que é hoje o mais barato no mercado, considerada a melhor opção quando comparado a financiamento de automóveis ou crédito especial.

Entretanto, não há como buscar um financiamento sem possuir o dinheiro da entrada, ou comprometer a renda com o custo da parcela mensal do imóvel somado à um empréstimo para quitar o valor da entrada. “Nunca se deve comprometer muito da renda de uma família com financiamentos e empréstimos, por exemplo. Tudo bem se isso acontecer por um determinado período de tempo, como cinco ou seis meses, quando passa desse período é muito difícil manter. Segurar os gastos por mais de seis meses pode gerar frustração ou ainda gastos extras não previstos”, alerta.

Além disso, um novo imóvel traz outras despesas, como documentação, impostos, reformas e mobília. “Muitas vezes as pessoas acabam antecipando realizações e ao final das contas criam frustrações, pois o que era um sonho acaba se tornando um transtorno, trazendo problemas financeiros que afetam a família”, diz.

“Deve-se sim se preocupar em ter uma capacidade de investimento, independente de estar pagando um financiamento imobiliário, por menor que seja esse investimento. Pelo menos 5% da renda deve ser guardada para o futuro, se autopresentear quando já tiver 60, 70 anos”, finaliza.