Terça-feira às 22 de Julho de 2025 às 08:10:35
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Prevenção contra o Mal de Alzheimer deve começar desde cedo, diz médica

Medidas de saúde básicas como uma boa alimentação, atividade física, exercícios mentais e manter
amigos e família próximos preservam a saúde e garantem uma terceira idad
Prevenção contra o Mal de Alzheimer deve começar desde cedo, diz médica

O Mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa cruel com as pessoas pertencentes à terceira idade e que rouba delas lembranças da memória recente. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 7,1% da população idosa possui alguma demência, e em 55% desses casos ela está ligada ao Alzheimer. Ainda de acordo com o Ministério, 10% da população acima dos 65 anos tem Alzheimer, e acima dos 80 anos essa estatística sobe para 40%.

Mas há como prevenir uma doença que parece uma sentença à terceira idade? De acordo com a médica geriatra Valderez Parolin Teixeira, algumas medidas tomadas desde a juventude e até mesmo intensificada na velhice podem evitar ou retardar o aparecimento da doença. “A Medicina ainda não sabe ao certo o que causa o Alzheimer, mas sabemos que sete fatores de risco podem influenciar no seu aparecimento. São eles o histórico familiar, que não podemos evitar, o colesterol alto, diabetes, tabagismo, obesidade, hipertensão e estresse. Esses podem ser evitados ou tratados, diminuindo as chances do aparecimento da doença, retardando o aparecimento e diminuindo seus sintomas.”

A médica explica ainda que algumas atividades que fazem o cérebro trabalhar melhor podem contribuir para um melhor funcionamento do mesmo. “Há pilares da saúde, que envolvem uma alimentação saudável, hidratação e exercícios físicos. Mas também é necessário estimular a mente com jogos como caça-palavras, sudoku, dominó, baralho, além da leitura e atualização de informações sobre o lugar onde vive. Isso é imprescindível para uma mente boa. Também recomendo atividades como dança, pois além da necessidade de memorizar os passos, também é um meio de manter o idoso ativo e sociável. A fé exerce um papel importante na terceira idade, pois permite além do convívio social, a aproximação familiar, uma visão mais otimista do mundo”, recomenda.

O Alzheimer é uma doença crescente no país, visto a expectativa de vida do idoso, que aumentou em alguns anos. É importante que o idoso, apesar de aposentado, seja encorajado a participar de grupos de voluntariado, oficinas de pintura e artesanato e aprenda novos idiomas. A médica orienta ainda a manter em dia as consultas com os médicos responsáveis pela saúde do idoso, realizando consultas e exames com periodicidade.

Sintomas e tratamento

O Alzheimer é uma doença com sintomas discretos no começo, e podem ser disfarçados pelos idosos. Portanto, é importante que a família esteja sempre atenta aos sinais provenientes do início da doença.

“A doença tem três fases, onde a primeira chamamos de pré-clínica. Nessa fase acontecem esquecimentos de nome de objetos e perda na linha de raciocínio quando vai falar, por exemplo. É muito difícil conseguir diagnosticar a doença nesse estágio, por ele ser muito inicial. A segunda fase chamamos de CCL (Comprometimento Cognitivo Leve), momento em que geralmente se procura ajuda médica. Nessa fase estão os esquecimentos que acabam interferindo na vida do idoso, como esquecer com frequência acontecimentos agendados, por exemplo consultas médicas, esquecer a panela no fogo, ou das atividades que exercia como profissional, entre outros fatos. A última fase é a mais complicada, pois já impede que o idoso vá ao banheiro sozinho, tome banho, faça seus afazeres domésticos, e em muitos casos só fica na cama”, diz.

Entre os sintomas mais recorrentes do Mal de Alzheimer estão a perda da memória recente, deficiência da linguagem, agressividade, depressão, irritabilidade, agitação, hiperatividade, alucinação, apatia, lentidão de marcha de discurso, perda de peso, insônia.

A médica explica ainda que o Alzheimer não é uma doença que leva à morte, acompanha a pessoa até o final da vida, a deixando cada vez mais debilitada. Por isso é importante que nos primeiros sinais, os familiares levem o idoso até uma consulta com um geriatra, a fim de diagnosticar e buscar tratamento para amenizar a doença.

“Temos que fazer alguns exames, primeiro a anamnese – entrevista realizada pelo médico – acompanhada de alguns testes. Pedimos também exames de sangue, tomografias e ressonância magnética. Algumas outras doenças, quando tratadas, conseguem amenizar o Alzheimer. Depois do diagnóstico passamos para o tratamento, esse que é feito com medicamentos fornecidos pelo SUS, inclusive”, finaliza a médica.