Terça-feira às 22 de Julho de 2025 às 08:25:45
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Secretária de Saúde esclarece filas no NIS III

Segundo a Secretaria, o município é responsável pelo primeiro atendimento, que acontece nas Unidades Básicas de Saúde e diz que algumas especialidades não possuem fila para agendamento

Secretária de Saúde esclarece filas no NIS III

Na última semana, a população reclamou das filas no Núcleo Integrado de Saúde (NIS III) para a marcação de consultas nas especialidades médicas. A Folha de Campo Largo procurou a secretária de saúde, Cristiane Chemin, que reuniu sua equipe a fim de sanar as dúvidas decorrentes dessas reivindicações.

O primeiro ponto esclarecido pela secretária é que o município não possui gestão plena da saúde. “Somos responsáveis pela primeira atenção, atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, assim como a promoção e manutenção de saúde. Historicamente no NIS III, nós encontramos algumas especialidades, embora não seja a nossa função mantê-las. Essas especialidades entram em uma lista de um sistema do Estado do Paraná. Essa lista já foge do nosso controle, ela está unicamente nas mãos do estado.”

São dois sistemas. O primeiro é o MV, controlado pelo estado e o E-Saúde, mantido pela Prefeitura de Curitiba. Para que os campo-larguenses tenham acesso a esses sistemas, ele obrigatoriamente deve passar pelas Unidades Básicas de Saúde, onde estão os médicos de família. Eles realizam o encaminhamento para a especialidade diretamente da UBS, e o paciente é colocado em uma dessas duas filas de espera, sem o paciente precisar se dirigir ao NIS III realizar a marcação. “Isso acabou confundindo muito as pessoas, que até hoje continuam indo até o NIS no primeiro dia útil do mês. Agora está tudo formalizado digitalmente, inclusive os casos de urgência. Assim que sai a data do atendimento na especialidade, o paciente é avisado e deve retirar a guia de atendimento no NIS ou na unidade de saúde mais próxima da sua residência”, explica Daniele Fedalto, secretária adjunta.

Essas filas dependem muito da especialidade em questão, em muitas não há filas, como cirurgia geral, cirurgia pediátrica e gastrenterologia. Os casos graves, como na especialidade oncologia, também não há existência de filas, todos os pacientes encaminhados são colocados como prioridade e recebem atendimento o quanto antes.

A localização do paciente ainda é um desafio. Hoje cerca de 30% dos atendimentos não são realizados pela falta de comunicação entre o órgão e os pacientes. São usados artifícios como as agentes de saúde, que encontram dificuldade em encontrar essas pessoas em casa e a mudança frequente nos números de telefone. A Secretaria de Saúde pede que sempre que trocar o telefone, avisá-los para não comprometer a comunicação.

Agendamentos realizados

O agendamento depende muito da especialidade. Algumas áreas exigem mais tempo, por isso, não é possível agendar vários no mesmo dia, justamente pela atenção que o médico deve dar àquela pessoa.

De maio até agosto, o NIS III agendou pacientes nas áreas de cardiologia, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, geriatria, ginecologia/obstetrícia, neurologia, oncologia, pneumologia, reumatologia, urologia, além de nutrição, fisioterapia e exames de ecografia. Desses, as áreas que mais tiveram atendimentos foram fisioterapia (3.416 atendimentos), reumatologia (1.445 atendimentos) e ginecologia/obstetrícia (1.369).

Durante o período foram inseridas no sistema MV 3.290 pessoas, em que foram marcadas 3.204 consultas. A equipe da Secretaria ressalta ainda que como o MV é um sistema do Estado, a Prefeitura não consegue interferir para que os campo-larguenses sejam atendidos em hospitais de Campo Largo, por isso, muitas vezes há encaminhamento para unidades de outras cidades.