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Policial

Corrupção e outros crimes

24-09-2010

Gaeco e Promotoria de Justiça denunciam policiais por corrupção e outros crimes

Corrupção e outros crimes

24-09-2010

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Paraná e a Promotoria de Justiça de Campo Largo apresentaram nesta quinta-feira (23), denúncia criminal contra policiais civis pelos crimes de concussão (extorsão praticada por agente público), formação de quadrilha e coação. Entre os acusados estão o ex-delegado de Campo Largo Maurílio Alves, o seu superintendente Adão Osmário de Almeida o investigador Mário Jorge Ermelino da Silva. Dois advogados também foram denunciados por concussão. Na semana passada, os cinco requeridos foram presos preventivamente em uma operação coordenada pelo Gaeco.

De acordo com a denúncia, o delegado seria o "chefe" da suposta quadrilha, que se especializou em prender pessoas para depois exigir dinheiro ou bens em troca da liberação do flagrante. Resumidamente, o método do bando era o seguinte: escolhiam uma vítima, em geral um empresário da região ligado a algum tipo de prática criminosa; essa pessoa passava a ser monitorada pelos investigadores, que levantavam elementos que a comprometessem; feito isso, a vítima era alvo de "abordagem policial". Levada à delegacia, era feita a cobrança pelos policiais para a liberação do flagrante. A denúncia aponta que o esquema teria funcionado entre maio e setembro deste ano, quando foi então descoberto pelo Ministério Público.

Os promotores narram na denúncia um caso de extorsão em que os policiais exigiram R$ 150 mil para não apreenderem um caminhão e um carro com cigarro e não lavrarem o flagrante. As vítimas pagaram R$ 40 mil no primeiro dia, outros R$ 15 mil dias depois, e ficou acertado que teriam que dar R$ 3 mil todo mês para a quadrilha.
Somadas às provas testemunhais, a denúncia está amparada em gravações de áudio que demonstram o envolvimento do delegado e vários documentos, como comprovantes de saques bancários referentes a parte do dinheiro que foi entregue aos policiais, e uma folha de papel encontrada na casa do superintendente, com anotações sobre as atividades e rotina de uma das vítimas.

O delegado segue preso no Centro de Triagem 1. O superintendente e o investigador no Centro de Detenção e Ressocialização de Piraquara. Os dois advogados já encontram-se em liberdade. O defensor dos advogados garante que os dois são inocentes no caso e não têm qualquer envolvimento.