Quarta-feira às 23 de Julho de 2025 às 07:54:25
Policial

Diversão sangrenta

Briga no interior de casa noturna no Partênope termina em tragédia

Diversão sangrenta

Uma briga entre um grupo de frequentadores e os seguranças do Clube California, no Partênope, na madrugada de domingo (11), causou a morte do garçon Kassio Murilo Martins (22), que nada tinha a ver com a confusão. Ele havia chegado na casa noturna à 1h15min., deu um beijo na mãe, que o esperava com os amigos e, minutos depois, durante a confusão, foi atingido por dois tiros, um no coração, e outro na região glútea.
     Murilo trabalhava na Pizzaria Colonia D´Itália e ia assumir a chefia da equipe de garçons na próxima semana. Sempre ia no baile, em companhia da mãe, Silmara Martins (40), ex-funcionária daquela casa noturna. “Era um garoto bom, nunca se meteu em confusão, nunca usou drogas e, na hora da briga, ele viu a porta aberta e foi afastar uma moça, para que ela não fosse atingida pelos tiros”, disse a mãe.

A briga
     Conta Silmara que reside há uma quadra do Califórnia, que sempre frequentou aquele local, já presenciou muita confusão e que sempre os seguranças retiravam os envolvidos, os colocando para fora. “Por volta de 2h15min., os seguranças foram repreender um grupo que estava perto do bar. O segurança Darlei, após chamar a atenção do grupo, se virou e recebeu uma garrafada na cabeça, dada por uma moça daquela turma. “Houve uma briga entre o grupo e os seguranças, que tentavam por pra fora os envolvidos na briga”, disse ela.
     “Foi nesse momento que houve o primeiro tiro, que atingiu de raspão, na perna direita, o segurança Heitor Saldanha Santos (31). Todos que estavam dentro da casa noturna, esvaziaram o salão, ficou todo mundo perto do banheiro e do bar. Os envolvidos na briga já tinham sido colocados pra fora, foi quando meu filho viu uma moça perto da porta de emergência, local onde corria risco, correu lá e tirou ela, fechando a porta. Os tiros foram dados de fora para dentro, com a porta fechada. Um atingiu ele no coração, e outro nas nádegas”, disse a mãe.
     Silmara lembra que quando o filho foi atingido ela correu e puxou ele do local, para perto do bar, fez massagem cadiorrespiratória, fez respiração boca-a-boca. “A ambulância demorou, a polícia também”, disse ela lembrando que a Segurança do clube faz revista em todos os frequentadores, mas tem  gente que vai armado e deixa a arma no carro. Ela acredita que quando os envolvidos na briga foram postos para fora, foram pegar as armas e atiraram em direção aos seguranças.
     “Mais de 80 pessoas me falaram, no velório, que o meu filho salvou a vida delas, que foi um herói”, disse Silmara, que critica o modo de ação dos seguranças. “O método violento deles causa esse tipo de reação”, disse.